O ultrassom é o momento mais mágico do mundo das grávidas, pois é a oportunidade de ver o bebê e saber mais detalhes sobre o seu crescimento e desenvolvimento. Para isso, durante a gestação temos 02 (duas) ultrassonografias morfológicas: a do primeiro trimestre e a do segundo trimestre, ambas fundamentais para acompanhar o desenvolvimento fetal em detalhes.
Durante o primeiro trimestre, mais especificamente entre a 11ª e a 14ª semanas de gravidez, deve ser realizado o primeiro morfológico. Este exame funciona como um rastreamento para avaliar o risco do bebê ser portador de alguma alteração cromossômica e outras malformações e cardiopatias congênitas baseado nos achados do exame, sendo o mais importante a ser visto é a translucência nucal (TN), parâmetro que mede o acúmulo de líquido na nuca. Se a medida estiver além do esperado, maior é o risco de a criança apresentar malformações ou síndromes, como a síndrome de Down. No ultrassom morfológico do segundo trimestre, realizado entre a 20ª e a 24ª semanas de gravidez, são avaliados todos os órgãos do bebê com maiores detalhes. Cerca de 90% das alterações morfológicas fetais podem ser detectadas nessa fase. Nesse exame de imagem é possível avaliar:
- O formato e a medida da cabeça do bebê, podendo detectar alterações nos contornos da calota craniana ou variações no tamanho da circunferência craniana;
- O rosto do bebê, incluindo a avaliação do lábio superior e do palato (importante para descartar o diagnóstico de lábio leporino);
- A coluna do feto, verificando se os ossos estão corretamente alinhados e se a pele recobre toda a extensão da coluna, incluindo a região lombo-sacral (região mais acometida pela espinha bífida);
- O coração, analisando detalhadamente as quatro câmaras cardíacas. É possível ainda avaliar a via de saída das principais artérias, a integridade do septo interventricular e o adequado funcionamento das válvulas cardíacas;
- O estômago, que é visto em preto ao ultrassom, pois está cheio do líquido amniótico deglutido pelo bebê;
- Os rins, verificando se estão bem posicionados e se não apresentam nenhum grau de dilatação das pelves renais (conhecido como pieloectasia renal – mais comum em bebês do sexo masculino);
- Os braços, as pernas, as mãos e os pés do bebê.
Seguir à risca todas as recomendações do seu médico e ficar atenta aos exames necessários são medidas fundamentais para garantir que a gravidez e o nascimento do bebê ocorram da melhor maneira possível. Além disso, todos os exames e cuidados extras ficam como lembranças de uma fase muito especial na vida da mulher e de toda a família!
Dra. Fernanda L. Rosa
Médica Radiologista