Diagnóstico e prevenção do Câncer de Mama

O Câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres e responde por 29,5% dos casos novos da doença no Brasil, segundo dados do INCA (instituto nacional do câncer). Ainda segundo o instituto, somente em 2020, existe uma estimativa de 66.280 novos casos da doença.

Embora extremamente raro, o câncer de mama pode acometer homens, representando menos de 1% do total dos casos da doença.

O Câncer de mama não ocorre com frequência antes dos 35 anos, porém acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos, portanto a idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos).

É extremamente importante à prevenção, e para isso precisamos entender os conceitos de prevenção primária e prevenção secundária:

  • Prevenção primária: consiste em várias medidas para evitar o desenvolvimento de uma doença, ou seja, se relaciona às estratégias para evitar que o câncer de mama apareça (manter o peso adequado, praticar atividade física, evitar reposição hormonal (RH) durante a fase de menopausa e, se for necessário, fazer a reposição hormonal por no máximo cinco anos com supervisão médica).
  • Prevenção secundária: consiste na realização de exames que possam detectar uma doença em sua fase inicial, como a mamografia que é o principal exame para rastreamento do câncer de mama, ultrassonografia e ressonância das mamas.

Outra dúvida muito comum é: Quando começar o rastreio? Para isso precisamos dividir as pacientes em baixo risco (maioria da população) e pacientes de alto risco (a minoria da população). São consideradas pacientes de alto risco aquelas com histórico familiar muito importante para câncer de mama, sendo os principais: parentes de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos, homens com câncer de mama na família, parentes com câncer de ovário, familiares sabidamente com mutação dos genes BRCA1, BRCA2, TP53, dentre outros.

Para as mulheres de risco habitual, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a realização da mamografia deve ser iniciada aos 40 anos de idade e a partir daí deve ser realizada anualmente em caso de mamografia normal. Para as mulheres de alto risco, a mamografia deve ser feita de forma mais precoce, de acordo a indicação do médico após avaliar cada caso individualmente.

A mamografia é considerada padrão ouro para a detecção de câncer de mama, pois a mesma consegue captar tumores ainda não palpáveis ao exame físico e tumores que se apresentam na imagem como microcalcificações suspeitas.

Já o ultrassom das mamas poder servir como complemento à mamografia, pois ajuda a diferenciar cistos de nódulos e dever ser realizados em mulheres com mamas densas.

A ressonância magnética, por sua vez, é recomendada para o rastreamento apenas em populações de alto risco, como pacientes com uma história familiar confirmada ou suspeita, pacientes sabidamente predispostas geneticamente ao câncer, ou pacientes que já tiveram um primeiro câncer de mama.

Mamografia, ultrassom e ressonância magnética podem ser laudados com referência a uma classificação denominada Bi-RADS do Colégio Americano de Radiologia (ACR) que é mundial. Isso permite que o resultado de um exame feito em um determinado país seja compreendido em qualquer parte do mundo, tornando-se uma classificação padrão e universal.

De fato, hoje em dia, o grande problema é: não diagnosticar o câncer de mama de forma precoce, pois se descoberto em seu estágio inicial as chances de cura são altas. Por isso, devemos realizar tanto a prevenção primária, quanto à secundária, tenho em vista sempre a saúde e o bem estar da mulher. Quanto antes houver a descoberta do tumor, maiores serão as chances de sucesso do tratamento.

Dra. Fernanda L. Rosa
Médica Radiologista